19 de janeiro de 2015

A Sobrinha – Cap. 9 – Penúltimo



Depois de um bom tempo rodando em minha sala percebi que não havia banhado desde ontem, fui pro meu quarto e ouvi o barulho do chuveiro, Demi também estava banhando. Tirei minha roupa e nem fiz questão de fechar a porta, estava sentindo sentimentos muito ruins para me importar. Peguei uma toalha e entrei em meu banheiro.

Eu sabia muito bem o que estava sentindo, estava sentindo medo, na verdade muito medo. Demi em toda sua vida foi dependente de mim, mas agora que conseguiu sua independência poderia sair de minha residência e encontrar um lugar pra ela e seu filho.

Eu também sentia medo de meus sentimentos por ela, estavam ficando impulsivos, não estava mais conseguindo me controlar, em toda minha vida eu senti ciúmes dela, mas não me lembrava de ficar tão descontrolado, talvez por nunca vê-la com um cara. Mas o desejo que eu havia adquirido por ela estava me matando, me estourando, não sabia o que fazer a respeito, não era tão fácil quanto Davis falava, não era jogar as coisas pro alto e me entregar, até por que não somos só nós dois, tem nossa família, nunca iriam aceitar se descobrissem.

Desliguei o chuveiro e passei as mãos em meus olhos, não aguentava mais pensar, aquilo estava me matando, eu queria gritar e libertar aquela agonia que estava na boca do meu estomago. Enrolei a toalha na cintura e abri a porta, andei pelo quarto e olhei pra porta aberta e Demi estava fechando a porta do banheiro e me olhou também. MERDA. Ela estava com a toalha enrolada em seu corpo e nada mais, passei meus olhos pelo seu corpo, aquele corpão perfeito. Senti uma vontade incontrolável de tocar-lhe, de sentir sua pele morna e macia, quando dei por mim meus pés estavam se movendo em sua direção.

Estava um tempo frio, o sol havia acabado de sair, ainda estava um pouco escuro, minha pele estava arrepiada, mas não pelo frio e sim pela ansiedade de tocá-la. Ela continuava em transe, não se mexia e seus olhos não desgrudavam do meu. Quando cheguei bem perto dela que me toquei, aquela era Demi, minha sobrinha.

_Demi...._ Nem sabia direito o que falar. Não devia ter ido até ali.

_Érr.... _ Sua voz saiu tremida._ Tenho que me vestir._ E lentamente saiu andando em direção á seu quarto... Mas segurei seu pulso e ela se virou rapidamente olhando minha mão, foi tão rápido que seu coque de cabelo desmanchou fazendo-o deslizar pelas costas e rosto. Senti uma energia diferente percorrer meu corpo por culpa daquele toque. Enquanto ela olhava nossas mãos eu olhava seu rosto perfeito. Senti meu corpo esquentar e dar um impulso. Meu corpo inteiro começou a pulsar, meu sangue bombeando mais rápido.

A puxei um pouco mais pra perto e ela levantou os olhos lentamente até se focarem nos meus.

Ela estava linda. Com as bochechas levemente rosadas me olhando com aqueles olhos que demonstravam seus desejos mais escondidos e seguros. Seus lábios estavam entreabertos soltando o ar fazendo seu busto balançar.

Apertei minha mão em seu pulso e a puxei com força fazendo seu corpo bater contra o meu e todo seu ar saiu pela sua boca e me olhou assustada. Desci minha mão lentamente até segurar seu quadril, a respiração dela começou a tremer e então a vi fechar os olhos vagarosamente e apertar meus braços. Ela estava entregue.

Abaixei minha cabeça e a beijei, ficamos parado no momento somente sentindo a sensação... Que foi simplesmente incrível, então Demi apertou mais meu braço e soltou um gemido um pouco desesperado e a beijei com toda força que eu tinha, apertei seu quadril e a puxei pra mais perto, ela subiu as mãos passando seus dedos aveludados pelo meu braço, ombro e abraçou meu pescoço, puxei seu lábio com o dente e depois voltei a colar nossos lábios. Parecia tão certo, não conseguia sentir culpa ou algum remorso, não parecia existir nada mais certo que aquilo. Ela esfregou seu corpo ao meu tentando ficar mais perto, subi uma de minhas mãos por suas costas, ombros nus, pescoço e enfiei meus dedos eu seu cabelo macio e puxei sua cabeça pra trás e intensifiquei mais o beijo. Ela se segurou em meus ombros e enterrou as unhas me causando uma pequena pontada de dor e pontadas de prazer.

Me separei pra respirar e ela abriu os olhos pra me olhar, deu um leve sorriso e vi a pequena Demi, minha sobrinha, senti uma pontada no peito e dei um passo pra trás fazendo o frio tomar conta do lugar onde ela estava encostada, o sorriso dela sumiu lentamente ao ver meu rosto, ao ver que eu estava recuando. Dei outro passo pra trás.

_ Joe._ Demi falou, sua voz estava um fiapo. Abaixei minha cabeça, ouvi sua respiração, ela deu um passo a frente e eu levantei a cabeça a olhando, tinha os olhos cheio de lágrimas._ Tio Joe..._ Soltei todo meu ar, sua voz estava implorando._ Por favor.

_Não._ Falei andando um pouco pra trás e passando as mãos no rosto desesperado, eu tinha que comandar meu corpo, ele estava louco para acabar com aquela distancia e agarrar ela ali mesmo, no chão do corredor._ Não Demi.

_ Por favor, por favor._ A olhei e vi que estava chorando, aquilo partiu meu coração, não queria causar-lhe dor, mas eu havia me causado, imagina o que ela estaria sentindo.

Saí andando e fui até meu quarto e me sentei na cama olhei pra porta e ela estava lá me olhando e tentando segurar o choro, não aguentava ver aquele lindo rosto contorcido, sem o lindo sorriso. Ela engoliu o choro.

_Se toda vez que isso acontecer for estragar o momento assim, não o faça._ Falou com a voz trêmula._ Nunca mais._ e saiu andando para seu quarto.

Me senti o pior cara do mundo. Ainda sentia meu corpo pegar fogo, sentia o calor de seu corpo colado ao meu, seu cheiro, sua pele macia, seu hálito, suas mãos em mim... Voltei pro chuveiro, não para tirar seu cheiro de mim, isso nunca, mas para tirar aquelas sensações estranhas que nunca tive com nenhuma outra pessoa.

Depois de um tempo vesti um moletom e fiquei sem camisa, olhei pra porta, fiquei com muito medo de ver Demi. Meu celular tocou e logo o atendi, era Davis.

_Caiu da cama hoje?_

_ Não cara, nem dormi._ Falou e parecia eufórico._ To chegando aí, vou comer sua deliciosa comida hoje.

_O que?

_É isso aí, vou almoçar com você e Demi._ Ele falou o nome de Demi e senti meu estomago retorcer.

_Ok._ Seria bem melhor com outra pessoa aqui, ainda mais Davis que era super descontraído, eu só teria que rezar para que ele não percebesse a indiferença entre mim e Demi.

Desliguei o celular e desci as escadas, me joguei no sofá e comecei a cochilar, até por que não havia dormido nada a noite.

Abri os olhos ao escutar o barulho do elevador, vi Davis entrar sorridente e depois franziu a testa ao me olhar.

_Meu Deus, que cara é essa?_ Me sentei e o olhei, estava todo sorridente, sorri também.

_Dormi mal._ Falei apenas. Ele me olhou desconfiado, sabia que tinha mais alguma coisa ali, mas não se intrometeu.

Eu me sentia mal por estar escondendo essas coisas dele enquanto ele estava sendo simplesmente aberto comigo, mas eu não conseguia, ainda não, não tinha coragem de falar que havia me apaixonado, ainda mais por minha sobrinha. Era algo serio isso. Eu sempre falei para meu pai que nunca iria me apaixonar, estava convicto disso, até um dia acontecer e ser a ultima pessoa do mundo que eu iria imaginar.

Davis se sentou ao meu lado e se recostou no sofá todo relaxado.

_ Bom, tenho que te contar algo._ Davis falou animado.

_Pode falar.

_Ontem fiquei falando até tarde com Karine e....

_Karine?

_Minha primeira namorada.

_Ah._ Meus ânimos não estavam dos melhores.

_Continuando, eu fiquei falando até tarde com ela e acabei a convidando para jantar amanhã lá em casa. Bom, foi um impulso que não consegui conter e agora não sei o que faço se peço comida italiana, japonesa ou se cozinho, mas meus dons culinários não são nada de mais, sei fazer o básico._ Fiquei calado processando.

_Você a chamou pra jantar?

_Sim._ falou impaciente.

_Sem segundas intenções?

_Por incrível que pareça, sim.

_Ah. Ok. Érr... Não sei cara, não sei o que uma mulher gosta de comer em encontros. Tive pouquíssimos._ Pensei._ Pelo que vejo ela é romântica, compre flores, faça um jantar a luz de velas._ Ele pareceu pensar.

_Cara, boa ideia._ Parecei impressionado.

_É eu..._ Travei ao escutar paços na escada, olhei direto pra lá e vi Demi descendo com Kyle no colo e a bolsa dele. Estava bem vestida com uma blusa rosa claro de mangas, uma calça Jeans, botas baixa, o cabelo solto e o rosto bem avermelhado. Ela olhou pra nós dois e deu um sorriso pra Davis.

_Olá Demi._ Falou se levantando e lhe dando um beijo no rosto e logo em seguida pegando Kyle.

_Oi._ respondeu Demi com a voz um pouco fraca, ela nem fez questão de olhar pra mim e eu agradeci.

_Está de saída?_ Davis a olhou.

_Sim._ falou apenas e levantei minha cabeça apressado e a olhei.

_ Pra onde?_ Ela demorou um pouco, respirou fundo e me olhou.

_Para um bosque que tem aqui perto, quero levar Kyle lá._ Apenas balancei a cabeça confirmando. Davis a entregou Kyle e se sentou ao meu lado enquanto ela andava até o elevador.

_Demi espera. Você é uma mulher, pode me ajudar?

_Depende.

_O que uma mulher gosta de comer em um encontro?

_Depende._Repetiu.

_ Tudo bem, tudo bem. _ Davis respirou._ Tenho um encontro amanhã à noite.

_Que legal._ Demi pareceu se interessar.

_E vai ser na minha casa e não sei o que fazer, não sou muito bom quando o papo é cozinha._ Riu.

_Então peça comida de um restaurante e não minta pra ela falando que foi você quem fez ok. Liga pra ela e pergunte qual é o tipo de comida preferido dela._ Davis sorriu.

_Acho que sei qual é o tipo de comida que ela gosta.

_E também é muito bom ter uma sobremesa, só um tira gosto mesmo, até por que depois da janta já vão estar um pouco cheios né._ Sorriu. Demi era boa nisso.

_Boa ideia.

_Você até pode ligar o som bem baixo com músicas calma, pra quando não tiverem papo e não ficar aquele silencio constrangedor._ Falei e Davis olhou pra nós dois.

_Vocês dois fazem uma bela dupla._ Falou impressionado. Demi me olhou com um olhar que não consegui decifrar.

_Só não seja covarde._ Demi falou olhando pra mim._ Não tenha medo dela, isso pode estragar a sua noite._ Deu as costas e saiu. Continuei olhando para o lugar onde ela havia saído. Davis se virou pra mim.

_ Ok. Pode me contar.

_ O que?_ Perguntei olhando pra ele com o cenho franzido.

_O que está acontecendo. Acha que sou tão otário pra não perceber eu está acontecendo algo entre vocês e já faz tempo?

_Não está acontecendo nada...

_E o pior de tudo é que me sinto ofendido por estar me abrindo e você escondendo._ Falou e eu abri a boca pra inventar outra desculpa, mas não consegui, ele tinha razão.

_Você tem razão, tenho que me abrir se não vou explodir._ Passei a mão pelo meu rosto. Davis se ajeitou no sofá._ Eu e Demi nos beijamos._ Olhei pra Davis que continuava do mesmo jeito, levantou uma sobrancelha.

_Continua._Franzi o cenho.

_Isso já é completamente assustador._ Falei.

_Mano, um beijo não é nada de mais, mas na situação de vocês é completamente enlouquecedor. Mas sei que não tem somente isso. Sei que não estava tão absorto esses dias só por causa de um beijo._ Olhei pro chão pensativo, não era mesmo só por causa do beijo, até por que o beijo de verdade foi a poucas horas atrás._ Você sentiu alguma coisa depois do beijo e isso está te tirando do serio._ falou Davis.

_Sabe qual é o problema?_ Me sentei reto e o olhei._ É que nosso beijo de verdade foi há poucas horas a trás, antes havia sido apenas um selinho, mas aconteceu. E por culpa daquele pequeno incidente de nossos lábios se tocarem eu não consegui tirá-la de minha cabeça, você tinha razão, tenho um desejo insano por minha sobrinha, quase que perdi o controle agora a pouco e transei com ela no chão do corredor, sabe o que é isso? É completamente desesperador, sempre tive controle de meus atos e sentimentos e agora isso está me matando._ Parei pra respirar e Davis ficou calado, mas agora parecia um pouco assustado.

_Você está ferrado, nãos sabia que já estava nesse nível.

_Não sei o que fazer._ Segurei me cabelo e balancei a cabeça negativamente._ sinceramente estou com medo._ Já estava sentindo meu olho arder e minha garganta fechar._ Chorei ontem por causa dela, ou melhor, hoje._ Davis arregalou os olhos.

_ Eu achei que estava fudido, mas você..._ Parou de falar e limpou a garganta._ Desculpa.

_Tudo bem._ falei conformado._ Sei muito bem do grau de minha situação._ Ele riu.

_E ela?

_ O que tem ela?

_ Ela te bateu ou o que depois do beijo?

_Ta brincando? Foi ela que tentou me beijar da primeira vez, agora fui eu, mas ela não se importaria se eu continuasse até chorou quando eu parei, ela ficou muito magoada.

_Então a decisão está em suas mãos, se você a quer ou não.

_ Esse é o problema._ respirei fundo e Davis me deu uns tapinhas nas costas tentando me confortar, o olhei com uma sobrancelha levantada, isso não estava ajudando muito._ Foi bom me abrir com você._ Falei encostando no sofá e sentindo como se estivesse com ressaca depois de muita cachaça.

_Eu sei.

 

Depois de um grande tempo, fomos pra cozinha e ele me ajudou a fazer um almoço bem recheado, isso ajudava a esquecer um pouco a vida. Depois de um tempo Demi chegou e nos ajudou um pouco e fez um suco de maçã verde.

Comemos até dizer chega. Como Davis sabia o que estava acontecendo entre Demi e eu ele ajudou um pouco com o clima. Vi Demi rir e aquilo me fez rir junto.

Depois de um tempo descansando e conversando fomos arrumar a cozinha que estava uma bagunça.

_Vou ao banheiro, não demoro._ Davis falou. A cozinha ficou silenciosa, ouvi a respiração de Demi e então ela suspirou e respirou bem alto.

_Estou pensando em me mudar._ falou de repente. O copo escorregou de minha mão e caiu na pia, foi aí que percebi que estava prendendo a respiração.

_O... O que?

_Não está mais no clima, agora somos adultos, não somos mais aquelas crianças que adoravam morar juntos.

_Não, você não vai._ Não consegui falar outra coisa. Me virei pra ela que estava olhando pra mim incrédula.

_Sim, vou.

_Isso tudo só por causa daque...

_Se pra você aquele beijo não foi importante, não quer dizer que pra mim não tenha sido. _ Ela respirou fundo._ Eu odeio quando você fala assim._ Respirou fundo._ Fala como se o que aconteceu fosse sem fundamento. Sabe quanto tempo esperei pra que aquilo acontecesse?

_Você esperou?_ Deu de ombros a minha pergunta.

_ Sonhei com aquele beijo a minha vida toda e você sempre tem que dar um jeito de estragar, eu tinha tudo perfeito em minha cabeça pra quando fosse o nosso primeiro beijo e sabe como foi? Um fiasco._ Falou nervosa._ Eu só esperava você me dar uma oportunidade, mas aí você foi embora, eu nunca sofri em toda minha vida quanto sofri por sua falta._ Ela já estava chorando novamente._ Quando encontrei Brad e me apaixonei pensei que havia me livrado da apaixonite que eu nutria pelo meu tio_ Senti o ciúme crescer._ mas... Mas depois que ele terminou comigo e vi que estava grávida, a única pessoa que pensei em recorrer foi a você, a pessoa que mais me entendia, então percebi que não era paixonite, era amor._ ela respirou fundo e olhou pra mim que estava completamente sem reação._ Não tem outro jeito, tenho que ir embora.

_Não.

_Eu vou.

_Não, você não vai.

_O que?

_Você não vai embora, não posso te deixar ir.

_Sou maior de idade e você não é meu pai._ E se virou pra sair, andei em passos largos e segurei seu braço, ela me olhou assustada e nervosa._ Tira suas mãos de mim._ A olhei nos olhos e cheguei mais perto.

_Tem certeza de que é isso que você quer?_ Vi seus olhos a entregar e suas pernas bambearem.

_Estou atrapalhando alguma coisa?_ Davis apareceu na porta. Parecia um pouco assustado, com certeza havia escutado tudo.

_Não._ falei e soltei o braço de Demi e saí da cozinha.
 
Continua.

 


Demorei né. Desculpa de novo.

Galera esqueci de avisar antes, mas me pediram maratona não foi? Mas como da pra ver já está acabando e não tinha como fazer uma maratona.
Obrigada pelos comentários.
I Love You S2
Ah kkkkkkkk adorei ver os comentários do ultimo capítulo que postei kkkkkkkkk MDS, nunca vi tanta opinião em toda minha vida kkkkkkkk Morri.
Amei os comentários e continuem comentando.


BEKA!!!

13 de janeiro de 2015

A Sobrinha – Cap. 8 + desculpas


Não consegui dormir muito bem à noite, acordei com a cabeça doendo muito, escutei Demi se arrumando pra ir pra faculdade resolvi fingir que ainda estava dormindo. Depois de uma hora me levantei e me arrumei vagarosamente pro trabalho. Desci as escadas e a babá já estava ali.

_Bom dia._ falei.

_ Bom dia._ respondeu.

Peguei uma fruta na geladeira e saí de casa, não conseguia me focar direito no transito, só conseguia pensar no que havia acontecido ontem, sentia sentimentos confusos, ao mesmo tempo em que era bom se tornava horrível.

Enfim cheguei no trabalho, subi o elevador e fui direto para minha sala sem nem perceber que nem havia cumprimentado ninguém. Olhei pra Davis que me deu um aceno com a mão de sua sala e continuou trabalhando. Pelo visto tinha muito serviço hoje.

Sentei em minha cadeira e me foquei, ou tentei, no trabalho.

Depois do almoço ainda estava cheio de coisas pra fazer, sentei em minha cadeira novamente e voltei ao trabalho, mas minha cabeça estava completamente conturbada com tudo que estava acontecendo, eu já não me conhecia mais, não conhecia principalmente Demi, não sabia o que estava acontecendo com nós dois. Nunca imaginara que Demi fosse capaz, aquela garotinha ter uma iniciativa assim, Demi era minha menininha, não poderia ser capaz... Demi era uma menininha que já tinha um filho... Essa imagem que eu tinha de Demi havia me cegado, ela apareceu com um filho e seguindo sua vida, eu tinha que vê-la agora como uma mulher, mas não como minha mulher.

Me levantei segurando meu cabelo e o puxando com força, não estava conseguindo nem trabalhar, nenhuma garota depois do sexo me segurava assim, a coisa estava ficando feia. Me sentei na minha cadeira e olhei o notebook, olhei pra sala de Davis e percebi que ela estava me olhando com a testa franzida, olhei novamente pra notebook e comecei a trabalhar.

Quando terminei já era tarde, as secretarias já haviam ido embora e Davis estava em sua sala falando no celular, parecia bem entretido, com toda certeza era uma mulher, mas no fundo sabia que era por que estava me esperando.

Fechei a porta e tranquei.

_Viu, depois te ligo ok._ Olhei Davis que também saía de sua sala._Caramba, você tinha muito trabalho mesmo hein.

_Não, não tinha, é que minha cabeça está um pouco fora de foco.

_Hum... Já sei até o que é... Quem diria. Vamos conversar lá no PUB onde Demi está trabalhando._ Quando ouvi o nome de Demi senti um arrepio subir em minha coluna e me rosto queimar.

_Érr... Hum... Ok.

Quando chegamos a PUB, não vi Demi, nos sentamos em uma mesa e logo veio uma bela mulher.

_ O que os cavalheiros desejam?

_ pode nos trazer de seu melhor vinho._ Ela anotou no caderninho e saiu, o olhei.

_ Vinho?

_ Estou com muita vontade de beber vinho._ deu de ombros._ E então vai falar ou não vai se pegou uma gatinha lá em sua viagem?_ Limpei minha garganta, não poderia dizer o que aconteceu na realidade.

_Claro. Muito boa. Uma das melhores em toda minha vida._ falei e escutamos um barulho na mesa de trás e nós dois nos viramos e vimos tequila descendo pela mesa e dois copos caídos.

_Desculpa, perdoe-me._ Demi falava completamente contrariada. Arregalei os olhos, ela havia me escutado. Olhou pra nós dois e deu um sorriso que pareceu mais uma careta._ Oi._ E simplesmente não conseguiu sustentar o olhar e saiu quase correndo. Continuei a olhando de longe.

_Então... Quer dizer que é essa mulher que anda lhe ocupando a mente._ Fiquei olhando a porta onde Demi havia entrado e apenas balancei a cabeça confirmando._ Hum... Será que está apaixonado? Nunca vi uma mulher te tirar a atenção do trabalho. E ela foi a melhor é? Hum... O que ela deve ter feito?_ Deixei ele em seus pensamentos e me foquei em Demi que estava saindo novamente com outra bandeja e aquele uniforme irritante, parou em uma mesa com aquele sorriso de derreter um coração que ela tem e começou a servi-lhes.

_Demi._ Eu e Davis olhamos para uma mesa onde tinha três homens e duas mulheres estavam sentados, eles pareciam bem animados e jovens._ Demi._ Um loiro a chamou de novo. Olhei pra Demi que sorria de orelha a orelha. Ela andou até eles...

_Aqui está._ A atendente chegou com o vinho e entrou em minha frente.

_Obrigado._ Davis falou e ela saiu. Davis colocou vinho nas taças enquanto eu olhava Demi terminado de abraçar uma garota e ia pro lado do loiro que estava sentado. Ela sorria e ele lhe abraçou de lado colocando sua grande mão em seu quadril. Senti meu sangue ferver._ Iiiiii, não devia ter te trazido aqui. Logo hoje esses amiguinhos da faculdade tinham que vir?

_Como sabe que são amiguinhos da faculdade?

_ Ta meio na cara, não?_ Pensando bem, Demi não conhecia outras pessoas aqui se não fosse da faculdade. Vi o loiro a olhar de cima a baixo e lhe passar mais a mão e todos riam alegremente, vi seu jeito quando ficava com vergonha e colocou a bandeja em seu colo, parecia querer tampar um pouco os seios._ Cara, tudo bem que aquele cara parece ta se aproveitando dela, mas você com essa cara passa medo em qualquer um. Da pra mudar essa cara, ela é maior de idade, devem ser apenas amigos, estão apenas zoando.

_Mas não gosto disso.

_Cara, ainda bem que você não quer ter filhos, por que se você tivesse uma filha mulher teria pena dela._ O olhei e franzi os olhos._ Ta bom cara, ta me dando medo._ Pensei no que Davis disse, eu queria sim ter um filho e se fosse menina só iria fazer o melhor pra ela como quero pra Demi. Voltei a olhar Demi que ia em outra mesa, ela nem falou direito comigo e nem com Davis, dava pra ver que ela também estava constrangida e deveria estar perguntando o quanto eu era cara de pau pra dar as caras assim. Mas quem cometeu o pequeno incidente havia sido ela, não eu. Balancei a cabeça e peguei a taça bebendo todo o liquido avermelhado, Davis arregalou os olhos._ Quer ficar bêbado?

 _Essa é a ideia._ falei colocando mais vinho na taça. Ele riu.

_ Mano, se eu te contar uma coisa promete que não vai me zoar?

_Mais do que vamos ser amanhã quando as pessoas começarem a falar que viram o novo casal gay tomando vinho juntinhos?_ Ele riu.

_ To falando serio. Pra mim é uma coisa seria._ O olhei intrigado.

_ Ok. Prometo.

_ Desde que você viajou eu reencontrei minha primeira namorada, a do colegial e desde aquele dia estamos nos falando sempre.

_Sem transar?_ Levantei as sobrancelhas e arregalei os olhos, vi suas bochechas ficarem vermelhas e gargalhei, aquele não era o meu amigo, algum ET havia o raptado e colocado outro em seu lugar.

_ É._ Falou nervoso pela minha gargalhada._ Sem transar. Na verdade nós nunca transamos, ela tinha um sonho de se casar virgem._ Parei de rir e então soltei outra gargalhada em seguida.

_ Ai Meu Deus._ falei rindo._ É você mesmo Davis? _ Ele fez uma careta.

_Você prometeu que não iria me zoar.

_Ta bom cara,_ levantei as mãos alegando rendimento._ E você acha que está gostando dela novamente?_ Não, não acho._ falou olhando pra baixo._ Tenho certeza._ Na hora parei de rir e o olhei espantado.

_Out... Cara, você ta fodido.

_ Eu sei._ falou desesperado._ Sabe, não sei se ela ainda é virgem, mas já pensei na hipótese de esperá-la se ela quiser se casar comigo._ Arregalei os olhos.

_ Já pensou...?_ Não consegui terminar._ É... Você encontrou sua alma gemia... Ou reencontrou.

_E você acredita nessas coisas?_ Parei de respirar e olhei pra Demi que sorria lindamente para um casal.

_ Eu não sei.

_ Acho que não sou o único apaixonado._ Brincou Davis novamente e me virei pra ele carrancudo.

_ Voltando a falar sobre você, por que terminaram quando eram mais jovens? Já que continua apaixonado por ela?

_ Por que fomos pra faculdades diferentes, mas não era tão longe, ainda nos víamos, só que faculdade nos mostra um mundo um pouco mais erótico e então quis terminar com ela pra provar um pouco mais que o mundo me oferecia.

_ Você era virgem até a faculdade?

_ Cara, da pra parar com isso._ Falou nervoso e comecei a rir tentando segurá-lo.

_ Desculpe. Você foi um otário fazendo isso com a pobre garota. Deve que ela sofreu muito.

_ ela até aceitou bem, mas me disse com convicção no ultimo dia em que nos vemos que nos veríamos de novo e agora estamos aqui. E ela me falou que já foi noiva, mas não deu certo. Ela parece gostar de mim._ Sorri, a história deles era tão bonitinha.

_ Por que nunca me falou sobre ela?

_ Por que você iria me achar um otário.

_ Mas você é um otário, por não ter me falado._ Ele riu.

_ Ok. Estou me sentindo mais leve.

_ Vou torcer por vocês.

_ Obrigada. Se sentiria mais leve se me contasse também ok._ O olhei, ele me conhecia bem mesmo, sabia que eu estava escondendo algo.

_ Não tenho nada pra falar._ Ele sorriu de lado meio melancólico e voltou a beber seu vinho.

 

Quando o bar já estava se fechando, fui até Demi que continuava conversando com o loiro, o único dos amigos que ficou.

_ Demi você está indo agora?_ Ela me olhou.

_ Érr... Agorinha estou indo, podem ir._ Olhei pra carinha e olhei pra ela. Ela nem se deu o trabalho de nos apresentar. Eu queria brigar com ela, mas também não queria demonstrar a raiva e nem queria parecer um tio ciumento. Olhei pra Davis que estava me esperando na saída.

_ Ok._ falei com muita dificuldade. Dei-lhe as costas, mas parei e a olhei sobre o ombro._ Vou ficar te esperando._ Tive que falar aqui praquele loiro desaguado ouvir.

 

Andei devagar pelas ruas e quando cheguei em casa sentia minha mente muito cansada. Vi a babá sentada no sofá assistindo televisão.

_ Eliane._ Dei-lhe um aceno de cabeça.

_ Senhor Jonas. Kyle já está dormindo.

_ Ah ok. Então pode ir.

_ Ah é que senhorita Demi acabou de me ligar e pediu que eu dormisse aqui hoje, parece que ela iria sair e não voltaria hoje.

_O QUE?_ Ela se assustou com meu grito.

_ Vai acordar o bebê senhor._ Peguei meu celular e liguei pra Demi, andava de um lado pro outro enquanto chamava, mas ninguém atendeu. Senti meu cérebro rodar.

_ Eliane pode ir embora, eu fico cuidando de Kyle._ Falei tentando amenizar minha voz.

_ Ok senhor.

Liguei mais uma 300 vezes no celular de Demi, no começo chamava, mas depois dava em caixa de mensagem, ela havia desligado.

_ VADIA._ gritei, mas depois tentei me matar por tê-la chamado daquele nome tão asqueroso comparado a ela. Fiquei horas andando pela casa escura com celular na mão e sempre voltava pra sala que estava iluminada apenas pela luz da cidade._ Como pode fazer isso Demi._ Passei a mão em meu cabelo, eu já estava completamente despido andando de um lado pro outro apenas com minha boxer.

Demi era muito inocente e atrevida. Não poderia ter aceitado um convite de um cara, sabe muito bem o que ele quer... Quando comecei a imaginar o que eles estavam fazendo neste exato momento senti minhas veias pulsarem fortemente. Comecei a esmurrar o sofá com toda minha força, queria acabar com aquele ódio. Depois de um grande tempo me joguei no sofá e comecei a puxar meu cabelo.

 

Escutei um barulho e abri os olhos, percebi que havia adormecido no sofá, vi o sol nascendo vagarosamente pela janela e olhei pra porta que era de onde estava vindo o barulho, cocei meus olhos e vi Demi entrar nas pontas dos pés com a sandália do trabalho nas mãos.

_ Demi._ Falei com a voz rouca e ela travou enquanto trancava a porta. Se virou bem devagar e me olhei de cima a baixo.

_ Tio Joe.

_ O que pensa que está fazendo?

_ Éh. Quero tomar um banho e capotar na minha cama, aproveitar que hoje é sábado._ falou andando em minha direção.

_ Você é muito cabeça fraca, não é mesmo?_ falei nervoso. Ela apenas respirou fundo olhando pros pés._ Sabe que precisamos conversar seriamente e você fica fugindo desse jeito.

_ Não estava fugindo.

_ Ah é? Então estava fazendo o que?

_ Só fui me divertir, eu também mereço um pouco de diversão não acha?_ Aquilo machucou meu coração.

_ Olha aqui, você é nova aqui em Nova York, você não sabe como são as pessoas daqui...

_ Sou maior de idade e sei muito bem cuidar da minha vida._ Falou nervosa e passou por mim, segurei firme seu braço, tão firme que ficariam marcas ali.

_ Você tem um filho._ falei baixo e devagar mais com a voz firme e repleta de raiva. Ela se virou pra mim e seus olhos demonstrava que estava cansada e nervosa.

_ E meu filho um dia irá precisar de um pai de verdade._ E puxou seu braço com força e subiu as escadas.

Eu sentia as veias pulsando em meu corpo, senti um nó em minha garganta e meus olhos queimarem, meus olhos queimaram tanto que senti uma lágrima fervendo descer por meu rosto, senti ódio de mim, eu estava chorando, outras desceram e eu as limpei com todo o ódio em que eu possuía. Aquilo era completamente ridículo, minha vida estava uma piada.
 
 
Continua..

 

Meus docinhos de coco, meus chocolatizinhos, meus amores perdão pela demora, mas eu também tinha que curtir um pouco minhas férias neh, e eu não levei o notebook, mas não me esqueci um segundo de vocês ok, não posso responder os comentários por que já é 3 da madrugada e fico muito feliz que vocês estavam esperando muito a continuação, então está aí e espero que gostem.

Desculpa mesmo brigadeiros kkkkkkkkk



BEKA!!!

1 de janeiro de 2015

Feliiiz Anooo Novo!!!

Galerinha do meu coração, feliz ano novo e peço desculpas por ter esquecido de desejar um feliz Natal, então Feliz Natal atrasadoooo kkkkk...

Falando sobre a fic, me desculpem pela demora mas estava tudo muito corrido nesse fim de ano... mas continuem olhando que a continuação será postada kkkk. Tem muitas aventuras pela frente, estou com o coração na boca pela continuação (e eu que escrevo kkkk) imagino vocês kkkk

Bjokas amores!!!


BEKA!!!!